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CogJus assina parceria com Escola Superior de Polícia Civil do Paraná

A Escola Superior de Polícia Civil do Paraná firmou no dia 5 de julho de 2022, uma parceria com a  Fundação Imed, por meio do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Cognição e Justiça (CogJus), visando desenvolver treinamentos e pesquisas acerca da Entrevista Investigativa.  Atualmente, profissionais da Polícia Civil já estão participando de formações em Entrevista Investigativa e capacitações para Professores Supervisores, com o objetivo de aprimorar o trabalho dos mais de três mil policiais civis do Paraná.

Suspeitos, vítimas e testemunhas são uma importante fonte de informação em uma investigação policial, no entanto, pessoas podem não relatar tudo o que sabem, ou seu relato pode incorrer a erros. Desenvolvida por pesquisadores e profissionais, a Entrevista Investigativa tem como objetivo obter informações precisas e confiáveis de pessoas envolvidas em um crime. É considerada um método não-coercitivo de interrogatório, que promoveu a redução de falsas confissões e erros de justiça ao redor do mundo. A Entrevista Investigativa contribui para que policiais conduzam entrevistas de maneira eficaz, prevenindo falhas associadas a conclusões precipitadas. Além disso, auxilia no fluxo de informações e na operacionalização da presunção de inocência.

Pesquisas mostram que, se o entrevistador explorar as informações trazidas pelo entrevistado ao invés de buscar uma confissão, tende a obter um maior número de informações relevantes para a investigação. Por exemplo, caso o suspeito tenha negado o crime dizendo que estava na casa de um amigo, é possível explorar essa informação (e.g. pedindo que fale sobre o percurso da casa até o local), e posteriormente verificar com outras fontes de informação, como câmeras do percurso. Dessa forma, a partir do relato do entrevistado, a Entrevista Investigativa contribui para corroborar ou negar hipóteses alternativas sobre o que aconteceu e quem foram os envolvidos. 

 

As técnicas da Entrevista Investigativa são baseadas em um extenso volume de pesquisas nos últimos 40 anos, testadas em laboratório e em casos reais de interrogatório. A eficácia deste modelo fez com que diversos países o adotassem como protocolo nas investigações policiais, a exemplo do Reino Unido, pioneiro na implementação da prática. A união da pesquisa com a prática tornou o Reino Unido referência no treinamento de policiais para realizar entrevistas investigativas, inspirando outros países a adotarem, tais como Noruega, Austrália, Nova Zelândia,  entre outros. A disseminação da Entrevista Investigativa resultou, mais recentemente, nos Princípios sobre Entrevistas Eficazes para Investigação e Coleta de Informações, que estabelecem os fundamentos para a realização de entrevistas eficazes – a evidência científica, o Direito e a ética – e propõem diretrizes para a realização de entrevistas e capacitação de profissionais.

 

A implementação da entrevista investigativa e suas diretrizes para treinamento em outros países trouxe a possibilidade de ser adaptada para o Brasil. Assim, um dos objetivos do CogJus é a realização de treinamentos para policiais e profissionais do sistema de justiça sobre as melhores práticas de entrevista baseadas em evidências científicas, A parceria com especialistas de renome mundial, o Centro Norueguês de Direitos Humanos, a Fundação IMED e as academias de polícia brasileiras têm tornado este objetivo possível, auxiliando o Brasil a avançar e aproximar-se das melhores práticas de investigação policial.

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